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domingo, 25 de agosto de 2013

If I lose myself tonight

  Faz tempo que não escrevo. Não por falta de interesse, de todo. Mas talvez por preguiça, talvez por apenas ter ideias soltas, pensamentos aleatórios, dos quais nunca iria conseguir formar um argumento. Senti falta, sem dúvida. O quadrado em branco à espera de ser preenchido com uma história. Sinto-me perdida. Não sei como expressar o que estou a sentir e receio não sentir nada. Escrevo e apago, escrevo e apago e não saio deste 'chove e não molha'. E, passados todos estes meses, continuo sem perceber a razão de tamanha apatia. Mesmo que pudesse voltar atrás no tempo, duvido que fosse descobrir a origem do sentimento ou falta dele. Foi tão súbito que não me consegui aperceber de que estava a entrar em algo do qual não iria sair com a mesma facilidade. Não me lembro do meu 'eu' anterior, nem da sensação de ouvir algo triste e gostar, não por se aplicar ao meu turbilhão de pensamentos, mas por achar piada à 'fantasia'. E o mais irónico é que sinto que estou a piorar gradualmente assim como a proporção de felicidades que me vão aparecendo pelo caminho. A minha cabeça é como um novelo de lã que foi brinquedo de um gato durante uma tarde invernal. Ficou  tão embaraçado que para o conseguir entender é preciso achar-lhe uma ponta. O problema é que ela parece nunca aparecer. E o mesmo acontece comigo. Sei que se achar um ponto sem antecedentes, vou conseguir desenrolar o resto. Poderia pensar que tenho uma vantagem em relação ao novelo e ela seria saber onde estou agora. Eu sei da  ponta que marca o fim do novelo, é este momento em que respiro. Mas não sei. Não sei bem onde estou, nem o que estou a fazer. Sinto que todos os meus movimentos são coordenados por uma rotina, um maquinismo, por algo que o meu cérebro diz que pode ser classificado como 'normal' e não porque sinta que o deva fazer ou ache que é o melhor na altura. Existem milhões de frases feitas de que todos gostam, mas apenas numa determinada altura da vida percebem realmente o que significa, como no exemplo da música triste de que falei antes. Concordo plenamente. Tenho descoberto desespero (mas também esperança) em frases que costumava utilizar e que as marcava, ainda que inconscientemente, como banais e irrealistas. O 'sinto-me perdida' parece algo muito mais profundo e inteligente agora e talvez acabe por se basear nele o título da mensagem que ainda permanece em branco, mas o engraçado é que não posso dizer que me sinta assim porque não sei se estou ou não, não sei nada. A minha cabeça é como um buraco negro que parece não querer extinguir e não há nada que possa fazer em relação a isso a não ser esperar que tudo passe. Que passe sozinho, da mesma maneira que veio.
  Não sinto grande parte das imagens que publico, porém são as únicas com as quais me sinto confortável a ter na minha página pessoal. Deveria estar feliz por mil e uma razões, mas por mais que me mentalize de que estou, se a felicidade é o que sinto agora, então ela não é nada. É um vazio que tende a preencher-se com ideias falsas. Porque neste momento é tudo o que tenho. As cores no meu fundo preto são coisas que imagino ou me obrigo a aceitar como verdadeiras, assim como quando temos que comer algo de que não gostamos e nos mentalizamos que é bom. Na altura, parece que não custa, porque é nisso que queremos pensar, mas a verdade é que quando a refeição acabar, vamos voltar à realidade e aquela comida vai ser algo repugnante outra vez. É curiosa a maneira como nos podemos enganar a nós próprios e ser enganados de volta, sem nos apercebermos disso. Não sinto que alguma vez vá mudar o que estou a sentir aqui, nem que continue a mentir a mim mesma durante anos, porque mesmo que durante certas alturas em que esteja acompanhada e me mentalize de que estou bem e é assim que é suposto ser, no fim, quando voltar para as minhas quatro paredes, os pensamentos vão ser os mesmos e o vazio nada fará senão aumentar. É por isto que acho que não tenho mais nada a fazer. Não tenho intenções de acabar com o maior valor de sempre, longe de mim, mas se acontecer, não vou sentir qualquer tipo de pena. Estou pronta. Uma alma vazia pode ser comparada a  uma guitarra sem cordas. De que serve ter a base se não existe o necessário para fazer a magia toda? Estou pronta e digo isso com confiança. E a cada segundo tenho mais certezas disso. Desejo mais do que alguma vez desejei algo na vida, estar errada e ter algo ou alguém que num futuro que espero próximo, me construa uma escada de caules de plantas e me tire do poço enorme e escuro onde estou. Mas não dou demasiada importância a tal sonho pois para além de ser quase impossível encontrar plantas fortes o suficiente para carregar o peso humano, não existe, de certo, uma mente suficientemente paciente para a construir.
Oxalá estivesse errada.