Tenho descoberto em mim um poder de autocontrolo imenso que me tem vindo a ser bastante útil tendo em conta as últimas semanas ou meses. Desde que ele se foi embora que não pensei ser capaz de manter a tal relação de amizade que dissemos ter dali para a frente porque simplesmente não me imaginava na mesma sala que ele outra vez. Agradeço que esta minha faceta de Drama Queen tenha passado mais depressa do que o que veio, mas, afinal, acho que todos temos um lado que nos leva a pensar do modo mais dramático possível. É esse lado que se apaixona também. Hiperbolizando ou não, a verdade é que mexeu comigo de uma maneira que não queria que mais ninguém mexesse, especialmente se fosse para me magoar depois. Irónico é que nunca nada corre como eu quero, espero ou peço.
Depois do que senti por tudo aquilo acontecer, ou melhor, deixar de acontecer, não pensei em voltar a desenvolver interesse por ninguém tão cedo, mas a verdade é que a quantidade de pessoas maravilhosas que existem no mundo à espera de entrar na nossa vida nem sempre permite que haja essa isolação interior que parece resolver todos os males. Contudo, durante o tempo em que me refugiei em ninguém senão eu própria, aprendi a racionalizar o valor que ele tanto dizia que tinha mas no qual nunca me parecera legítimo acreditar. No fundo acho que isso influenciou o sentimento que tinha por ele, gostava mais dele do que de mim e isso não é certo. E o resultado esteve à vista. Mas como disse, inspirei nesse novo auto-reconhecimento que tinha a certeza que me ia tornar em alguém mais forte e confiante, como é suposto ser; não só pelos outros, mas por mim também.
E foi aí que o velho Ele desapareceu como sempre quis. Tudo aquilo que sentia foi embora e orgulho-me disso todos os dias. Ou pelo menos nos dias em que me lembro ou me fazem lembrar. Torna-se anedótico estar ao pé dele e não sentir nada senão amizade, amizade essa que nunca tomará outras proporções. Não só porque não quero, mas também porque não sinto que consiga.
Depois de toda esta novidade do auto-reconhecimento, passei a ser capaz de ser feliz sozinha. Não precisava que ninguém ao meu lado para me sentir bem. A minha felicidade de mim e só mim dependia e isso chegava-me. Mas da mesma maneira que um mal nunca vem só, também o bem não escapa ao ditado. Assim, conheci alguém. Alguém que me fazia rir como se o conhecesse há anos, apesar de conhecer há tão pouco tempo e que me fazia confiar nele de olhos fechados. Tinha uma maneira de falar e ver o mundo apaixonante. E tem. Claro, aos olhos de outros que não nós, estava o que iria acontecer a seguir e acabei por não me apaixonar só por ele quando falava mas também enquanto estava calado. A calma e visão simplista que me traz, nunca ninguém antes trouxera, é isso que mais gosto nele. E não preciso sequer de o dizer, porque ele sabe-o. E eu sei também pois a maneira como me trata mostra-o a milhas. Ele melhorou o meu eu interior enquanto compunha o seu também. A nossa relação é tão frágil que se torna numa muralha de um castelo vicking. A magia que ele me transmite quando estamos juntos ou a segurança que ele me obriga a ter, fazem de mim uma pessoa melhor e adoro-o por isso.
Tenho tanto ou mais cuidado com o coração dele do que com o meu próprio e isso faz-me ter um propósito. Ele costuma dizer que sou a melhor do mundo. Pode ser que um dia saiba que é tudo graças a ele.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
He knew how to save a life
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